quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Para: Melina - Um pouco de arte contemporânea

Marcel Duchamp

É um dos precursores da arte conceitual e introduziu a idéia de ready made como objeto de arte. Irmão de Jacques Villon e Raymond Duchamp-Villon, estes também artistas que gozaram de reputação no cenário artístico europeu, Marcel Duchamp começou sua carreira como artista criando pinturas de inspiração impressionista, expressionista e cubista. Dessa fase, destaca-se o quadro Nu descendo a escada, que apresenta uma sobreposição de figuras de aspecto vagamente humano numa linha descendente, da esquerda para a direita, sugerindo a idéia de um movimento contínuo. Esse quadro, na época de sua gênese, foi mal recebido pelos partidários do Cubismo, que o julgaram profundamente irônico para com a proposta artística por eles pretendida. Essa fase lhe rendeu, ainda, o quadro Rei e rainha rodeados por rápidos nus, que sugere um rápido movimento através de duas figuras humanas, e A noiva, que apresenta formas geométricas bastante delineadas e sobrepostas, insinuando uma figura de proporções humanas. Este último foi bastante utilizado no seu projeto mais ambicioso, de que trataremos a seguir. Sua carreira como pintor estendeu-se por mais alguns anos, tendo como produto quadros de inegável valor para a formação da pintura abstrata. É, no entanto, como escultor que Duchamp vai atingir grande fama. Tendo se mudado para Nova York e largado a Europa numa espécie de estagnação criativa, Duchamp encontra na América um solo fértil para sua arte dadaísta. Decorrente dessa fase, e em virtude de seus estudos sobre perspectiva e movimento, nasce o projeto para a obra mais complexa do artista: A noiva despida pelos seus celibatários, mesmo (ou O grande vidro). Trata-se de duas lâminas de vidro, uma sobre a outra, onde se vê uma figura abstrata na parte de cima, que seria a noiva, inspirada no quadro acima mencionado, e, na parte de baixo, se percebe uma porção de outras figuras (feitas de cabides, tecido e outros materiais), dispostas em círculo, ao lado de uma engrenagem (retirada de um moinho de café). Essa obra consumiu anos inteiros de dedicação de Duchamp, e só veio a público muito depois do início de sua construção, intercalada, portanto, por uma série de obras. Não se tem um consenso acerca do que representa essa obra, mas diversas opiniões conflitantes, com base em psicologismos e biografismos, renderam e ainda rendem bastante discussão.





Lygia Clark


Em 1947, inicia-se nas artes no Rio de Janeiro, sob orientação de Burle Marx. Em 1952, viajou a Paris e lá estudou com Léger, Dobrinsky e Arpad Szenes. Realizou a primeira exposição individual pouco antes de seu retorno ao Brasil, no Institut Endoplastique. No ano seguinte, em 1953, suas obras Composições, nas quais investigou o papel da linha e do plano como elementos plásticos, foram premiadas na Primeira Exposição Nacional de Arte Abstrata. De 1954 a 1956, integrou o Grupo Frente, liderado por Ivan Serpa e formado por Hélio Oiticica, Lygia Pape, Aluísio Carvão, Décio Vieira, Franz Weissmann e Abraham Palatnik entre outros. Nessa época, eliminou a moldura, tornando-a parte da obra, ao pintá-la. De 1954 a 1958 desenvolveu uma pintura de extração construtivista, restrita ao uso do branco e preto em tinta industrial. No ano de 1957, participou da I Exposição Nacional de Arte Concreta, no Ministério de Educação e Cultura no Rio de Janeiro. Em 1959, assinou o Manifesto Neoconcreto e participou da Exposição Neoconcreta no MAM do Rio. Em 1960, lecionou artes plásticas no Instituto Nacional de Educação dos Surdos. Em 1961, criou a série Bichos, construções metálicas geométricas que se articulavam por meio de dobradiças e requeriam a co-participação do espectador. Foi premiada na Bienal Internacional de São Paulo. A partir de meados da década de 60, preferiu a poética do corpo, apresentando proposições sensoriais e enfatizando a efemeridade do ato como única realidade existencial, em trabalhos como A Casa É o Corpo. Entre 1970 e 1975 passou a residir em Paris. Como professora na Sorbonne propôs exercícios de sensibilização, buscando a expressão gestual de conteúdos reprimidos e a liberação da imaginação criativa. Retornando ao Brasil, deu continuidade a seu trabalho, na fronteira entre arte e terapia, privilegiando a experiência individual em detrimento da materialidade da obra, usando objetos relacionais com fins terapêuticos.






Hélio Oiticica



Hélio Oiticica (Rio de Janeiro, 26 de julho de 1937 — Rio de Janeiro, 22 de março de 1980) foi um pintor, escultor, artista plástico e performático brasileiro. É considerado um dos artistas mais revolucionários de seu tempo e sua obra experimental e inovadora é reconhecida internacionalmente. É neto de José Oiticica, anarquista, professor e filólogo brasileiro, autor do livro O anarquismo ao alcance de todos (1945). Em 1959, fundou o Grupo Neoconcreto, ao lado de artistas como Amilcar de Castro, Lygia Clark e Franz Weissmann. Na década de 1960, Hélio Oiticica criou o Parangolé, que ele chamava de "antiarte por excelência". O Parangolé é uma espécie de capa (ou bandeira, estandarte ou tenda) que só mostra plenamente seus tons, cores, formas, texturas e grafismos, e os materiais com que é executado (tecido, borracha, tinta, papel, vidro, cola, plástico, corda, palha) a partir dos movimentos de alguém que o vista. Por isso, é considerado uma escultura móvel. Foi também Hélio Oiticica que fez o penetrável Tropicália, que não só inspirou o nome, mas também ajudou a consolidar uma estética do movimento tropicalista na música brasileira, nos anos 1960 e 1970. Obteve a 13ª posição na lista "O brasileiro do século", na categoria "Arquitetura e Artes Plásticas", organizada em 1999 pela revista IstoÉ, tendo recebido 22% dos votos dos especialistas que formaram o júri.



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